quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Saci tá curtindo um Rock.


E o saci , tá fazendo suas travessuras, ao som do rock !!!

Começou pelo nacional e pra não desmoralizar o Haloween que é parceiro também , mandou aumentar o som.

A bruxarada , após tantas convenções que precedem à data, estão todas ansiosas e perdidas. Mas sempre tem aquela mais moderna que já chega arrasando com o Gps na vassoura.

E assim vão esperando pela festa, mal sabem os admiradores que o Saci já previa os acontecimentos.

Aproveitando inclusive para sair por ai antecedendo suas travessuras. Marca registrada por sinal.

Há quem prefira os doces, há também quem prefira somente às travessuras. Não podemos esquecer de quem quer o dois. Afinal, gosto não se discute ... isso não cai bem. Cada um tem o seu e ponto final.

Mas a galera do coração ,sempre reaça , na raça, não pode deixar passar em branco, comparecendo com as flores do quintal , não se contentam , tem que questionar, opinar, sugerir , expor ... é uma alegre loucura e uma insana procura pelas fantasias ideais.

E assim o povo tá se definindo pra data especial. Cada um oferecendo e esperando o que se tem de melhor.

E o saci ? Ah esse tá no mundo pra Travessuras. Desta vez , tentando ser um pouco , mas só um pouquinho politicamente correto. Anda com ideias de querer salvar seu próprio mundo. Egoísta ele ?

Não ... tá resolvendo se eternizar , e como sabe que o politicamente correto impõe regras , tá tentando se convencer que vale á pena ... dar uma paradinha com o Pito. Largar o cachimbo talvez, a palha já não é mais a mesma . E ainda por cima , tem ai o Ministério pra afirmar que faz mal à saúde.

Mas aqui em casa , a gente sabe bem pensar com a cabeça do Saci , e pra falar bem à verdade ... estamos até dando uma força pra que isso aconteça. Mas sem radicalismo, por favor , até porque a gente sabe que com duas pernas já tá difícil, imagina pra quem tem uma só !

E eu , que bem me incluo na onda das meninas Más , apelido de infância , o acento depois de muitas honrarias foi me concedido , to aqui , no meio do mato, observando . E como sempre devaneado.

Tenho dado preferência ás travessuras , sempre fui muito travessa. E quando não me permito ... aguenta ... além de frustada , fica aquela vontade de comer um doce. Então ... Viva às Travessuras.

Adoro flores de quintal principalmente, sabe aquelas que não precisam de muito cuidados  pois possuem o privilégio de serem tratadas pela própria Natureza.  Não se enganem achando que a Natureza é só boazinha , quando ela resolve ser Má ela é devastadora. Mas nunca deixando de ser naturalmente Natureza.

Enquanto isso , eu simples mortal na terra dos viventes , com a minha boa e velha caneca de café ,  do alto das montanhas dos meus sonhos, vou agradecendo há quem me leu e gostou , e quem não gostou, mas leu até aqui ... vou logo avisando : Prepara o coração , às travessuras só finalizam amanhã ...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ah ... senão fosse o Quase !

Esse quase me irrita de uma tão forma  profunda , que se eu pudesse acabava com essa palavrinha, ridícula por sinal, mesmo sabendo que em alguns poucos momentos da minha vida , ele até que me beneficiou. Mas não é por isso que eu lhe deva ser grata por toda à eternidade. 

É um tal de " quase cheguei à  tempo, quase consegui, quase me apaixonei, quase fiquei rico, quase enlouqueci, quase me esqueci , quase , quase ... quase ....

Além de ter uma estética feia , a fonética também não fica atrás. Porém ele é de uma presença imensurável, isso eu tenho que admitir.

Por quantas vezes nós o usamos em um dia , uma semana, um mês, enfim durante toda uma vida?

Se ele se contentasse em ser só palavra , tudo bem , mas não , ele faz questão de se firmar e tomar posse de muitas das nossas falas.

Ele também poderia por exemplo, já que é muito feio matar ou acabar de vez , cair em desuso. 

Sabe aquelas  palavras que ainda existem , mas estão em desuso. Tipo Vosmecê , que virou você e hoje é vc!

Então ... Olha que lindo , fora que isso ainda lhe atribuiria um certo glamour , elegância inclusive. 

Mas não, ele persiste em a cada dia que passa, permanecer ainda mais atuante.

Esse fascista , ditador e arrogante não é também o tipo de palavra que a gente usa pra dar um charme , exemplo : truculento, existe , só pra ser usada em caso de extrema necessidade, como quando a gente não quer falar que foi à base da força , da porrada mesmo. Ai sim , a gente mete logo um truculento na frase.

O que não acontece com o maldito Quase. Quando ele vem à tona , é porque quase realmente alguma coisa não aconteceu ou quase deu certo. Tá vendo ? É disso que eu to falando ...

O que realmente acabava comigo era quando quase eu tirava um dez . Eu tirava 8,5 , 9,0 ou 9,5 , mas nunca um dez de fato. Como era frustante ... eu quase tinha tirado um dez ...

E assim , a vida segue em muitos dos seus aspectos quase dando certo ... e em muitas das vezes , com tudo para de fato dar certo.

Mas o quase ... ah esse quase , aparece . E quando ele aparece , para felicidade de alguns e infelicidade de outros, é recebido tão naturalmente que passa despercebido. 

Dependendo do quase , a gente até fica indignado , mas vai arrumando logo uma nova maneira quase certa pra ele não acontecer mais.

No meu caso , já que vou conviver com ele por alguns anos ainda,  achei melhor resolver essa  nossa pendenga de uma maneira bem simples.

Quando eu quase enlouquecer, ou quase desacreditar , ou ainda quase definir ... pego logo uma bela taça, coloco um bom vinho e mando esse quase ,  inteiro, total e completo pro Quinto dos Infernos.

Saudades ....

De ser criança , nova mente !!!
De voltar à escrever ... sem me preocupar em concluir nada . 
Fazer de cada dia , um único e aproveitável dia .
Brincar de boneca, de casinha, pular corda, fazer arte ... emburrar e mostrar a língua.
Esperar pela surra ...
Chorar e depois brincar e brincar de novo !

Olhar pra o Sol , só pra sentir que tudo ficou escuro.
Evitar contar as estrelas , pra não ter verrugas ...

Ir pra praia , com a única preocupação de ir à praia.
Dormir irritada porque o dia acabou ... e não saber  bem ao certo se amanhã vai ter outro. 
Pra brincar , brincar ... Ouvir histórias e soletrar letras , tentado só formar palavras ...
Sem a certeza também de estarem certas ... Apenas soletrando e tentado.

Saudade do cheiro do café , que vinha da cozinha e me dava a certeza de que hoje é um novo dia.
E me fazia pular da cama , ansiosa por todo o tempo que eu teria ... 

Pra brincar , rever os amigos, rir, chorar, emburrar, fazer birra, soletrar e soletrar.
Rodar pra ficar com medo de cair ... Rodar , rodar, rodar até ficar tonta !
Olhar pro Sol .... tudo escuro.
Cabra cega , esconde esconde, pega pega  ...
A cabeça toda molhada ... suor de criança que não para .
O joelho machucado , o choro pedindo socorro , o carinho pra curar .

Saudade de ser criança novamente ...
Saudade de escrever, sem me preocupar ...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Onde você deixou seu guarda sol?





Sempre que íamos à praia, eu avisava minha filha ainda criança, que quando sentisse que não sabia onde estava, imediatamente deveria procurar pelo guarda sol melancia.

Isso mesmo... era um guarda sol imenso, com um desenho de melancia. Assim... por anos fomos e voltamos. Todos, inclusive o guarda sol, sem que ela se perdesse.

Tenho observado que atualmente, depois de grandes, adultos, crescidos, maduros, nos esquecemos das referências como a do guarda sol melancia, que metaforicamente vou fazer uso mais uma vez.

Enquanto adultos, nossa vida, sempre tão corrida, agitada, com inúmeras obrigações á cumprir, não nos concede  tempo para a observação, tempo para aquele olhar carinhoso para dentro da gente mesmo.
 
Estamos perdidos, muitas vezes até mesmo sem saber qual é o nosso lugar no mundo, que não  lembramos de procurar pelo guarda sol...

Claro que somos adultos, e essa questão nos parece por vezes extremamente infantil, mas quem nunca se pegou pelo menos uma única vez perdido?

Perdido no trânsito, em uma rua, até mesmo em uma conversa informal. 

O que fazemos então nessa hora, além de silenciosamente tentarmos sufocar o pânico causado pela situação?

Na maioria das vezes... Nada.

Isso mesmo, nada. Tá... nem tanto assim ,saímos a procura de alguma outra informação que nos oriente e que sublime esse momento tão desesperador.

Certo que a tecnologia está a nossa disposição, mas o perdido que falo aqui, não se trata desse que pode ser sanado a qualquer hora com a tecnologia.

Falo daquele perdido, que quando imersos aos nossos mais profundos sentimentos não sabemos o que fazer, não sabemos para onde vamos, o medo é tanto, que às vezes nos sufoca, faz calar violentamente o pedido de ajuda. 

Como se isso fosse à legitimação de nossas fraquezas.

Então, em meio ao nosso dia a dia cheio de ofertas apelativas, nos proporcionamos o esquecimento daquilo que nos aflige, saímos por ai, sem dar muita atenção aos primeiros sinais de que estamos perdidos.

Buscamos no mercado, no shopping, no bar, na academia, ás vezes até mesmo no outro a referência da própria perdição.

Quando isso acontece, por mais medonho que nos pareça é com certeza e sem relutância nenhuma a hora de parar tudo e procurar pelo nosso guarda sol melancia.

Muitas vezes, a resposta para quase todos nossos momentos carregados com aquela sensação de onde estamos, como chegamos, o que fazemos, qual o nosso lugar, está nada mais, nada menos do que em nós mesmos.

É simplesmente necessário parar tudo, e começar a pensar, sobre tudo no que estamos fazendo com nossas vidas, bem mais raro e precioso do que qualquer outra coisa que possa existir nesse mundo. 

Sim: Nossas vidas, a minha a sua, a nossa. Não existe nada mais absolutamente necessário e precioso do que ela... A Vida.

Acontece que parar hoje, nos dá a sensação de que vamos ficar para trás, então continuamos seguindo em frente, mesmos desorientados, para que ninguém nos ultrapasse. E seguimos... totalmente perdidos.

Então quando você sentir-se perdido, pense duas vezes. Pare imediatamente tudo o que estiver fazendo, e comece a procurar um jeito para se achar, por mais tempo que isso leve.

Lembre-se que em outros momentos, principalmente na infância, por várias vezes você teve essa mesma sensação e suas referências foram o sinalizador para continuar o caminho.

Na maioria das vezes é se perdendo que a gente se acha, se encontra, se ajeita...

A facilidade da administração do caos ocorria em você muito naturalmente enquanto criança. 

Portanto você, já cresceu sabendo o que fazer quando sentir que está em dúvida em qual é o seu lugar no mundo, o então que está perdido.

Fato é que você só perdeu o jeito, a manha, a mania de se achar, talvez tenha esquecido, afinal já se passaram tantos anos. Mas com certeza ta aí, em algum lugar, escondido em alguma bagunça, é só procurar.

Permita-se entender e aceitar sem culpas onde você está errando, qual a atitude que você tem repetido inúmeras vezes e não tem dado os resultados esperados, passe por uma rua diferente, encontre-se com novas pessoas, mude o canal da TV, o cardápio do domingo, sabe aquele tão tradicional, vista uma roupa de cor diferente, mude o jeito do cabelo... 

Faça alguma coisa, ficar com o cérebro paralisado não vai ajudar em nada. Pense , pense ... Mas já fique sabendo que isso dá um trabalho danado.

Mas permita-se a se achar, eu tenho certeza que você tem, ou teve, um “um guarda sol melancia”, por mais ridículo que possa ser.

domingo, 7 de abril de 2013

Orgasmo ? Aos 40 ?




O que  compartilho hoje chega a ser no mínimo um pouco ridículo, muitos dirão... 
Vou tentar expor de forma simplista, deixando inclusive de lado todos os benefícios físicos e mentais, para que brote em vocês talvez a curiosidade necessária para uma pesquisa mais esclarecedora sobre este devaneio.

Que me perdoem as mulheres mais conservadoras e tradicionalistas, as “santas e certinhas”, então vão me odiar.

Tenho uma opinião que vai contra a corrente que disserta sobre os padrões de comportamento esperados de uma mulher de 40 anos. 

Coisas do tipo: Mulheres de quarenta normalmente já se encontram em condições de viver melhor a vida, seus filhos já estão criados, profissionalmente já se estabilizaram, descobrem que além de serem super mães, são também super mulheres. 

Valorizam-se mais, já estão amadurecidas emocionalmente, não choram mais por amores efêmeros, não dão gargalhadas estrondosas em situações cômicas, sabem ser discretas, sabem seduzir, comportam-se em relações de conflito sem causar constrangimentos e outros tanto infinitos comportamentos que se esperam de uma mulher de quarenta.

Mesmo sem concordar  e o pior, não me enquadrar praticamente em quase nenhuma dessas regras, aprendi que em relação a esse tema, eu devo mesmo usar a discrição, quando o mesmo vir à tona na minha presença.

Até mesmo porque sou uma mulher de quarenta!!!

As maduras defensoras estão praticamente por todos os lugares, cito alguns em que as encontrei: cinemas, reuniões familiares, igreja, consultórios médicos e de dentistas, velórios, parques infantis, trabalho, happy hour, no transporte coletivo, museus, casamentos, banheiros femininos são os preferidos, superando até mesmo as clínicas de estética e depilação.  Todas já devidamente confortáveis e orgulhosas por fazerem parte da vasta e seleta gama destes comportamentos.

Após alguns anos, desenvolvi a seguinte técnica, para lidar com alguns assuntos: faço à boa e velha cara de paisagem o que me proporciona o prazer necessário para não entrar em questões “tão burocráticas e complexas”, concordo  com tudo, exatamente com tudo.

Mas infelizmente, ontem aconteceu um encontro desses, que para minha surpresa e aumento de indignação, trouxe a mais nova informação sobre uma mulher de quarenta.

Pelo menos essa eu ainda não tinha escutado. A mensageira, com 43 anos, fez-se materializada por forças demoníacas, exatamente para me perturbar. Só podia ser isso, não encontrei justificativa melhor para aquele momento.

Disse-me ela, com uma voz muito tranquila, depois de dissertar sobre as vantagens dos 40 anos, nada até então, que eu não soubesse, teoricamente.
O que realmente me fez começar a devanear, como fuga para tal barbárie, foi a seguinte frase:

E o melhor querida... Nesta idade já aprendemos a gozar, além de estarmos na idade da Loba!!!  Usando toda autoridade de uma PhD no assunto.

Fez-se em mim, a intranquilidade total, essa informação desestabilizou totalmente a minha compreensão ou falta dela, sobre os padrões de uma mulher de quarenta. Instantaneamente fui conduzida por meus piores e transgressores pensamentos a respeito de tão assunto. 
  
Pensemos ... uma mulher que pelo menos alguns anos atrás, iniciasse sua vida sexual aos 18 anos, sabido que hoje as estatísticas nos comprovam que essa idade está muito longe de ser a verdade sobre os fatos..

Mas enfim... Vou considerar 18 até pra facilitar a conta mesmo.
Então uma mulher que iniciou sua vida sexual aos dezoito anos, de acordo com a teoria “quarentista” passou 22 anos aprendendo a gozar?
 Foi isso que entendi?

Meu latente lado promíscuo já gritava palavrões do arco da velha.

Como assim uma mulher demora 22 anos para aprender a gozar e depois, aos quarenta anos, sai pelo mundo afora exibindo com o maior orgulho do mundo seu Certificado De Conclusão do Curso de Orgasmos. É isso mesmo?

Façam-me o favor... considerando que  quando se é jovem  a pretensão é mais de agradar o parceiro na transa  do que a gente mesmo , mas daí se levar 22 anos para alcançar o tão famoso orgasmo feminino já ta demais!!!

Indignada, conversei com uma amiga de 28 anos, portanto ainda em fase de aprendizado, me disse que durante uma aula na faculdade sua professora  afirmou que estudos comprovam que muitas mulheres chegam aos quarenta sem nunca terem gozado.

 É perfeitamente compreensível isso acontecer com muita frequência  no século XIX, afinal sabemos que o que se entendia por relacionamentos naquela época, é completamente diferente do que nós, hoje enxergamos e vivenciamos em uma sociedade contemporânea.

Hoje nos dizemos tão feministas... Lutamos pelos nossos direitos, o que inclui o orgasmo.
E ainda assim, saímos pelo mundo reproduzindo de forma muito natural que: O bom dos quarenta é que já aprendemos a gozar.

O que fazíamos então, enquanto os quarenta não chegavam?
Mantínhamos relações apenas para satisfazer o parceiro, ou manter casamento, segurar o namoro?

Perdoem a minha constada ignorância, mas durante toda a trajetória do aprendizado, estamos falando daqueles 22 anos, nunca passou pela cabeça de uma mulher que caso ainda ela não tivesse tido um orgasmo, alguma coisa estava errada?

Talvez o parceiro, a posição, o local, a cabeça, o stress diário, a repressão... Sei lá.
 Nunca ocorreu a ideia de: ajuda médica, tipo ginecologista, terapeuta, pai de santo, mãe, amiga, Google ou então quem sabe até mesmo uma conversa com o parceiro onde fosse ensinado o caminho para felicidade? Ops... falando nisso, parceiros não contribuam para a legitimação de mais essa insanidade, até porque vocês serão por muitos anos lembrados de forma bem negativa, portando amores, namorados, maridos, amantes, ficantes, casuais, usem  toda a sensibilidade possível para proporcionarem o tão almejado orgasmo feminino.

Depois que a mulher de 43 terminou a dissertação sobre os benefícios da idade, eu já nem sabia mais o que ela estava falando, só entendi que o tchau encerrava a conversa.

Julgamentos e preconceitos sobre á minha pessoa a parte, mas, por favor, quem tiver menos de 40, vai à dica: não espere esta idade chegar para gozar. 

Gozem antes, de preferência pouco tempo depois da iniciação, leve em conta também o período de adaptação, e comecem a gozar, não esperem pelos quarenta pra sentirem orgulho por que já aprenderam a gozar... 

Aprendam, pratiquem,... Concluam antes este curso!!! De preferência com muito, mais muito prazer.

E caso percebam que isso não ocorreu ainda no primeiro semestre, depois de iniciado, por favor, procurem ajuda!!!

Esqueçam-se da promessa que até os quarenta vocês  já saberão gozar.

 São muitos anos em omissão, eu arrisco em dizer sofrimento. 

E, por favor, não usem seus grandes lábios para reproduzirem de forma natural aos 40, mais esse discurso machista!


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Posso dirigir um pouco ?



A viagem foi ótima. Foram necessários alguns quilômetros a mais do que o previsto,  4.000 no total. 

Todos compensados por momentos inesquecíveis, paisagens belíssimas, vasta e deliciosa gastronomia...sem falar nas conversas .... ah essas foram realmente marcantes, tanto as que tínhamos no carro quanto as que aconteciam  fora dele . 

Sabe como é , 4.000 km pra rodar, sem televisão, quatro pessoas juntas sem muitas possibilidades, nem muitas informações. 

Como aquelas que somos todos os dias obrigados a ingerir sem muito tempo para metabolizar.

Então restava-nos dirigir e conversar. Rolava terapia, nostalgia, stress, lembranças boas e ruins também, saudades de quem estava longe, além de boas risadas .... muitas risadas. 

Medo ... das estradas e caminhos que nunca havíamos percorrido antes. 

Esse era o momento mais tenso , mas também o mais encantador... 

É impressionante quando as pessoas possuem o mesmo objetivo, tudo acontece com tanta coragem , tanta solidariedade, tanto respeito , que no final as probabilidades de tudo acabar bem , tornam-se inúmeras, quase até palpáveis.

O final de cada novo caminho nos presenteava com paisagens maravilhosas, boa comida, cada pausa para um descanso representava um promissor recomeço.

E assim fomos nós, muitas vezes o cansaço era superado com uma simples troca de gentileza : 

Quer que eu dirija agora ? 

Pronto ... momento mágico. 

Começava então uma nova etapa, com um novo motorista, nos próximos desconhecidos caminhos.

Poderíamos ser sempre assim... 

Sabe aquele momento em que você sente uma pessoa próxima ou não, algumas vezes cansada, exaurida, estagnada, com a rotina, com a vida ?

Então ... seria tão bom , se nesse momento nos sentíssemos à vontade para oferecer-lhe : Quer que eu dirija um pouco pra você?

Mas infelizmente , em nosso tempo,  nos policiamos para que ocorra exatamente o contrário: 

Isso não é um problema meu , ou então tá colhendo o que plantou e se eu me oferecer e fizer algo errado, se a pessoa achar que estou querendo me intrometer na vida dela ?

Agimos como se fosse necessário  autorização para sermos gentis, educados, solidários. 

Não que se tenha com esse ato a pretensão de resolver tudo , não , não é isso , é simplesmente permitir uma pausa para o descanso, para a reflexão, para uma água ou um café. 

Admiro aquelas pessoas que realmente se posicionam na vida, aquelas que expõe suas opiniões sem o menor medo ou pudor do que os outros vão pensar. 

Para essas foi feita a gratidão, o respeito e o orgulho. 

Elas realmente assumem o volante quando é preciso uma pausa, para o outro poder pensar melhor. 

Pensamos ,  descansamos e assumimos novamente o volante da  vida com um outro olhar ... um pouco mais esclarecedor, na maioria das vezes.

O fato de permitir essas possíveis intervenções, colaboram para além do crescimento emocional, a oportunidade de lidar com as críticas, que  na maioria das vezes em primeiro momento , despertam sentimentos não tão bons. 

Mas isso também faz parte ... O importante mesmo é aprender  com o tempo, a confiar por alguns momentos e em algumas situações o volante das nossas vidas. 

Tudo fica mais fácil, aquele esforço quase sobre humano diário, não interrompe mais, não ameça , nem paralisa.

Saber que podemos contar com alguém na nossa construção ou descoberta de novos caminhos ou mesmo na manutenção dos já existentes, nos permite por alguns instantes a incrível contemplação e análise dos belos presentes que o caminho tem pra nos oferecer. 



domingo, 31 de março de 2013

Pausa ... para um tempo melhor.




" Senti muito sua falta nos últimos dias , meu egoísmo cobrava sua presença em algumas situações que vivi.

Porém agora me sinto mais tranquila em saber que você está bem ... ou pelo menos sendo fiel às suas decisões, das quais muito me conforta e tranquiliza saber que não faço parte .


Zona de conforto total ... sejamos os mesmos , com novas edições, novos problemas e novas soluções . 


O fato de saber que andou somente ausente e não distante, me possibilita continuar vivendo e sonhando para os dois."

sexta-feira, 8 de março de 2013

Lá vou eu... Nova Mente.


Me contorcendo de ansiedade pela viagem ...

Foi assim, sem planejar, surgiu em um comentário durante o café da tarde, enquanto comíamos a primeira torta que fiz ao longo dos meus quarenta anos de vida, não uma torta simples, muito bem elaborada feita com massa integral, grãos, açúcar mascavo, banana e creme de baunilha.

Foi tanto orgulho que eu senti quando tirei do forno e vi que tinha dado certo. 

Mas não se resumiu só ao orgulho, depois de visualizar e concluir que tinha ficado bem aparentada, já me deu logo aquele medo certeiro: O gosto deve estar horrível... Mas enfim, já que tinha começado eu ia até o final, já providenciei logo uma mesa linda pra servir a primeira torta da minha vida.

E como magnífica ansiosa que sou  comecei a me justificar,pra evitar as possíveis criticas relativas ao sabor ... tudo isso  enquanto comíamos a torta... 

Mas para surpresa geral : Ficou ótima, modéstia parte, ficou realmente muito boa... Então era só relaxar e comer.

Dito e feito, relaxei tanto que iniciei minha boa e velha conversa sobre como é bom mudar, respirar, comer, beber e blablabla... 

Finalizando com a seguinte frase: Tô com uma vontade de viajar...

Foi o suficiente pra alterar a sintonia do café da tarde.

Como assim viajar, estamos morando em um paraíso, que ainda não conhecemos nem a metade, e você quer viajar... Meu amor viajar pra onde?

Ah ... pra longe, sei lá ... bem longe. 
Sabe aquela prima da boa e velha infância , reencontrei no Facebook , me chamou pra ir pra até a casa dela , pra gente conversar sobre coisas novas , que aconteceram em nossas vidas e  relembrar o passado com parcimônia é claro ...

Que bom !!! Ela tá morando onde ?

Ilha de Itaparica.

O quê ? Eu ouvi direito ?

Isso mesmo Ilha de Itaparica, pertinho de Salvador, Bahia.

Ah... E você quer ir pra lá. Na ilha de Itaparica.

Isso... tava pensando que seria bem legal... Sabe aquela vontade que me dá de vez em quando de sair do lugar, viajar, devanear, pegar a estrada, então... pensei que veio bem a calhar esse convite. Vamos?

Só um minuto...

Tem noção de que de onde estamos até lá são 1720 km, você gostaria de ir como?

De carro.

O quê?

Isso de carro.

Agora amor você pirou de vez mesmo. Tá louca?

Não... O que você chama de loucura eu chamo de exercício antropológico.

Ah tá... Pelo Google vamos levar 22 horas para chegar até lá, passando pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia... Acho melhor você devanear por aqui mesmo. Sua torta ficou ótima, parabéns...

Vou arrumar as malas, quando saímos?

Não disse que iríamos...

Disse sim, eu te falei que era um exercício antropológico, sem nem antes saber que passaríamos por todos esses lugares, que você mesmo falou ... então tá fechado. Vamos quando?

Posso ir também com vocês, a gente aproveita e vai no meu carro mesmo.

Ah como eu gosto de ter amigo assim, que resolve tudo logo.

Fechou vamos no seu carro, dividimos as despesas e tá tudo certo.

Amor... Pensa bem você tem noção do que são 1720 km?

Não, assim como também não tinha a menor noção quando decidimos que ficaríamos juntos. Sabe aquela famosa frase: Quem pensa não casa, então não pensei e casei.

Então tá bom... Sendo assim, vamos no domingo, saímos de madrugada, e cada um dirige por um período.

Foi assim que decidimos fazer essa viagem até a Ilha de Itaparica. Eu estava mesmo querendo viajar, respirar em outros ares, conhecer novas estradas, passar por novos problemas, encontrar novas soluções.

Me encontrar em outros olhares, diálogos, sorrisos, lágrimas.

 Identificação de maneira única. Sabe como é? Aquela pessoa que você nunca viu na vida, um dedinho de prosa e pronto várias coisas em comum... Pra isso tem que se sair do lugar.

Aqui é ótimo. Amo o lugar que moro, adoro a oportunidade de conhecer e aprender com as novas pessoas que este maravilhoso lugar me proporciona.

Mas sou assim, de repente bate uma doideira, uma vontade de fazer alguma coisa mudar, ser figurante em outros protagonismos.

Cresci ouvindo que água parada apodrece, levo super á sério. Até porque definitivo mesmo é a morte. Enquanto to viva quero mesmo sair por ai, contemplando novos mares, lugares, ares, pessoas ...

Muitos diriam: inconsequente você!

Não sou não, mesmo tendo planejando essa viagem em instantes, durante um café da tarde, em segundos pensei praticamente em quase tudo: Revisão do carro, grana dividida pra ninguém ficar no vermelho, documentos, carteirinha de plano de saúde, já coloquei crédito no celular para em caso de emergência ligar para aqueles bons espíritos que tenho em minha vida e que carinhosamente chamo de amigos.

Água, muita água pra se hidratar, algumas coisinhas pra beliscar até a próxima parada, alguns filmes pra pequena ir assistindo, livros, música.

Pronto é tudo que preciso. De saúde estamos todos ótimos. Disposição tem pra dar e vender, todos dirigem bem, então porque eu sou inconsequente?

Porque não planejei meses antes, não me preparei, não fiz reservas?
Ah não posso esquecer da barraca, acho melhor levar a barraca também.

Que atire a primeira pedra, quem nunca fez uma viagem sem planejar e que com certeza ela fez parte de uma das melhores viagens da sua vida. Rendendo histórias pra contar por toda a sua existência.

Pois esta vai fazer parte da minha.

Amo comer feijão preto de vez em quando, pãozinho de queijo e pururuca, peixe assado, acarajé, cocada.

Conhecer pessoas novas, com outras culturas e que mesmo vivendo todos  no mesmo país, possuem cada qual uma maneira peculiar de respirar a vida.

Enfim vou em busca de novas formas de expressão, espiritualidade, sensualidade... E lá vou eu novamente!!!

Ou melhor, vamos todos...